Você pai ou mãe já se deparou com esse tipo de pensamento “por que será que o meu filho não brinca”?

O que fazer quando seu filho não demonstra interesse pelos brinquedos? Brinquedos que afinal de contas foram adquiridos com tanto carinho e consideração por familiares e amigos. Essa cena é mais comum do que se imagina, uma criança cercada por brinquedos mas que não brinca com nenhum deles, ou perde o interesse com facilidade e nos perguntamos porque? Quando a nossa criança não brinca da forma como imaginamos, vale a pena levar em consideração alguns dos pontos que vamos conversar abaixo.
Primeiro de tudo, se coloque no lugar da criança para fazer as reflexões, tente afinar o seu olhar ao dela, quando pais e filhos estão em sintonia as decisões acontecem de uma forma mais equilibrada. Quando for escolher um brinquedo para seu filho/a leva em consideração o perfil da sua criança, suas preferências, aptidões e personalidade.
1 – Um Universo abarrotado de opções…
Observe se a criança tem muitas opções de brinquedos, sim fazemos na intenção de agradar e possibilitar que nossas crianças tenham acesso a uma infinidade de brinquedos e opções. Porém, isso transforma-se em ansiedade e uma inquietude por serem hiper estimuladas e não conseguirem decidir com o que brincar. Este estímulo contínuo e exacerbado traz à tona exatamente o que não queríamos, a criança inicia diversas brincadeiras e perde o interesse por todas elas de forma rápida ou ainda “prefere” não brincar com nenhum brinquedo, pois essa pressão acaba acuando a criança.
Sugestões para a solução deste problema: rotação de brinquedos, nem tudo precisa estar disponível o tempo todo. Doação dos brinquedos com os quais ele/a não brinca tanto ou brinquedos que não sejam do interesse da criança.
2. Em meio a tantas possibilidades, será que a criança sabe as opções de brinquedo que ela tem?
Vários brinquedos esparramados pelo chão, para a criança encontrar “aquele um” e logo mais uma batalha é travada… afinal de contas, para quem queria brincar somente com “aquele um” guardar tudo o que foi esparramado não faz sentido. Nós, adultos, temos a tendência de organizar os brinquedos dentro de caixas, baús, armários e gavetas. Empilhamos aleatoriamente uma montanha, que aparentemente está organizada. Organizada para quem? Brinquedos organizados são aqueles que ficam expostos e disponíveis para que a criança brinque e os organize com autonomia ao finalizar sua brincadeira.
Poucos brinquedos e bons! Nesse quesito os brinquedos de madeira despontam, pois além de terem diversos benefícios para a criança e o meio ambiente, o brinquedo de madeira é esteticamente lindo. Vale a pena deixá-los expostos no quarto! Lembrando que os adultos precisam estar atentos ao engajamento da criança no brincar, caso a criança esteja envolvida profundamente no brincar e precise ser interrompida para realizar algo relacionado as tarefas do dia-a-dia ou para sair de casa, considere deixar os brinquedos “espalhados”; ali está ocorrendo um processo importante do brincar. E caso a criança ao retornar tenha perdido o interesse, então aí os brinquedos devem retornar ao local onde estavam.
3 Será que o brinquedo é apropriado para a fase de desenvolvimento da criança? Qual o adulto que nunca desconsiderou a faixa etária estampada na caixa do brinquedo?
Queremos estimular e desafiar a criança, mas nem sempre a criança está pronta para tal desafio. Ou ainda, a criança está tão acostumada com um tipo de brinquedo que não demonstra mais interesse em brincar ou inventar nada, o brinquedo não é mais estimulante. Algumas vezes as crianças ficam frustradas durante a brincadeira por uma dessas duas razões, um brinquedo que já não é mais desafiador ou é de interação passiva e o brinquedo que exige dela uma habilidade que ainda não está desenvolvida.
Fique atento para os sinais de prontidão da criança, para os desafios que o brinquedo apresenta. Os desafios podem ser motor, cognitivo, sensorial, criativo, raciocínio lógico dentre outros. Lembre-se a criança deve ser capaz de brincar com independência sem a insistência ou pressão de nenhum adulto, o brincar deve ser prazeroso.

4. É brincar ou entreter?!
Afinal de contas, qual é a função do brinquedo que as crianças possuem. É algo para um engajamento maior da criança ou é apenas para entreter?
Esta é uma questão fundamental para os adultos responsáveis pela criança se perguntarem ao escolher um brinquedo para a criança – este brinquedo propõe um pensamento criativo, estimula a imaginação, ajuda a criança a desenvolver o pensamento crítico, incentiva o trabalho em equipe ou a criança participa de forma ativa do brincar?
Será que este brinquedo que você está escolhendo é um brinquedo onde a criança participa passivamente, apenas sendo entretido pelo brinquedo, tendo apenas que observar o brinquedo desenrolar-se? Fique atento pois, brinquedos que as crianças interagem de forma passiva geralmente causam nelas um sentimento de frustração, tédio e desinteresse.
5. Um espacinho acolhedor e livre para a criança brincar
Esta parece ser uma questão boba, afinal de contas todo ambiente é espaço para a criança brincar muitos pais dizem, será? É crucial que a criança tenha uma área livre para que ela possa criar, imaginar, construir, explorar, e… ser criança. O espaço não precisa ser muito grande, mas deve ser um espaço no chão para que a criança consiga deitar, dançar, e se mover livremente dentro daquele espaço.
Aqui vai uma dica se você vai entrar no período de transição ou está passando por uma fase de mudança e adaptação para melhorar a qualidade do brincar do seu pequeno.
O período de transição de brinquedos de entretenimento para brinquedos de exploração, é seja paciente e persistente, a criança passará por um “detox” até se acostumar com o papel de liberdade em criar, imaginar e dar outras funções para os brinquedos disponíveis. Então, encoraje o seu filho, demonstre para ele como brincar faça pequenas provocações para instigar o interesse e a imaginação, que tal incluir sementes ou folhas secas dentro das panelinhas ou no caminho da pista de carros? Este é um momento de incentivar e estimular ainda mais a aderência por brinquedos criativos para que esta transição seja satisfatória para criança.